Estou ensaiando desde a última
semana para escrever, mas foram tantos afazeres que não deu tempo... Mas hoje
queria falar de algo extremamente marcante e importante pra mim, o aniversário
do meu filho! Há 3 anos atrás em meio a tantos e tantos acontecimentos e
ultra-sons esse meu pequeno homem, tão ancioso quanto os pais, resolver
nascer... Ainda que antes do tempo, chegou ao mundo com uma força e paz que me
comovem até hoje... Em seus 2k e 180gr parecia um cisco, mas sua performance
foi de gente grande, gente forte, foi para o quarto de imediato e fez se
presente não pelo choro, mas pela serenidade....
E assim tem sido nesses três
anos, coragem, sabedoria e garra não lhe faltam.... e percebo que o nome para ele
escolhido mostra realmente a que ele veio, vitorioso, vencedor! Fiquei pensando
em cada aniversário e hoje queria compartilhar com vocês essa minha reflexão...
Quando Vitor deu sinais de que
chegaria ao mundo, tive medo... ainda faltava tempo até que ele estivesse “pronto”,
fui para o hospital pedindo que corresse tudo bem e que ele nascesse com
saúde... e fui atendida em minhas preces, até mais do que imaginava, pois ele
entrou junto comigo no quarto e de lá saiu só quando viemos embora, os três,
juntos!
Quando se aproximava o primeiro
aninho de vida, eu ficava sonhando se um dia ouviria ele me chamar de mamãe,
não esperava que ele se tornasse falante como eu, em função da deficiência
auditiva diagnosticada na época como surdez profunda bilateral, mas eu ficava
pensando que ia ser muito doido se um dia aquele monte de balbucio se transformasse
nessa palavra.... E mais uma vez ele me surpreendeu, contrariando todas as
expectativas médicas ele falou e hoje fala tanto que eu só não peço pra calar
tem hora, porquê a evolução dele dia a dia me encanta e me surpreende cada vez
mais...
No dia do aniversário de dois
anos, ele deu catapora, nós quase caímos pra trás, até por que vivia numa
angústia danada em função de uma cirurgia pela qual ele teria que passar no mês
seguinte... e tudo o que eu queria era que Deus e Nsra. tivessem a misericórdia
de me permitir viver ainda muitos anos ao lado dele, que tudo corresse bem e
mais uma vez fui ouvida...
Depois de acordar da anestesia
geral ele deu um choro de pulmão aberto quando viu a mãozinha enfaixada com a
gazinha, aí fiz cosquinha nos pezinhos dele para ver se tinha sensibilidade, ok
deu certo! Fiquei com ele grudado no peito repetindo: Filho é a mamãe, é a
mamãe, e ele me olhava com cara de que num tava entendendo nada.... me
preocupei.... daí comecei a cantar uma música do Patati Patatá, uma dupla de
palhaços que ele adora até hoje, e ele mais que depressa abriu o olhão e em sua
linguagem lembrou dos palhaços, fiquei aliviada, com um pouco de ciúme é
verdade, afinal ele não tinha esboçado reação semelhante quando falei que era a
mamãe.... rsrsrs.....mas ele estava bem
e isso que importava e isso que importa até hoje....
Agora três anos, meu Deus como
tem passado rápido! Hoje a única coisa que peço é que nos seja concedida a
graça de viver como estamos.... Meu filho tem saúde, tem alegria no olhar, tem
sorriso no rosto, tem uma família que ama ele, tem tios e tias emprestados, mas
que parecem originais de fábrica.... Tem a mim, tem ao pai, juntos numa mesma
casa, vivendo ansiosos em acertar na melhor maneira de educá-lo, de fazê-lo
homem de bem e feliz.... Tem fé, ainda que de maneira simples, no seu jeito de
criança, mas sempre demonstrada nas orações feitas antes de dormir para o PICÉU
(que apertando a tecla sap quer dizer papai do céu)....
Hoje eu só quero
agradecer, mas como ser humano continuo a pedir, que na sua infinita
misericórdia o pai nos conceda todos os anos possíveis de amor, de carinho, de
saúde e de união.... A maior riqueza que possuo são meus dois “meninos”... e
que assim seja, para todo o sempre, amém!